O sucesso académico é um objetivo primordial e comum a alunos, pais e professores. Porém, nem sempre o percurso académico é marcado por sucessos, existindo momentos de dificuldade e fracasso, sejam bons ou maus alunos. A ideia presente é que as dificuldades na escola surgem associadas a dificuldades de aprendizagem ou às dificuldades em acompanhar a matéria e ter boas notas, mas a realidade e abrangência da escola abarca muito mais do que os resultados dos testes e o resultado da pauta no final do ano.
A entrada no jardim-de-infância é uma etapa importante, despertando em todas as crianças a magia de aprender. O educador de infância tem a nobre tarefa de acolher a criança no seu primeiro contexto de aprendizagem mais formal e de “viajar” com ela no mundo da fantasia e da imaginação. No primeiro ciclo, existe o enorme desafio de iniciar as crianças nas aprendizagens formais. Cabe aos professores a honrosa tarefa de ensinar a ler, a escrever, a contar…mas não só! Têm o enorme desafio de tornar a aula uma sala de estar. Um lugar ameno e estimulante para onde as crianças gostem de fugir de casa para ir. Aprender não é, na maior parte das vezes, divertido. As crianças precisam que os conhecimentos da escola não atropelem a sua sabedoria. As crianças precisam transformar cada pinguinho de matérias enfadonhas num “imaginar”, de cada vez que se passeiam na escola e que o encantamento que salta dos olhos de um professor lhes inunde a alma, as orienta e transforma uma mão cheia de dúvidas no desafio de conhecimentos. Contudo, a magia e o gosto pela escola parece ir-se desvanecendo ao longo dos anos. Vai-se perdendo o encanto de aprender em função de um desempenho que se quer de excelência, reconhecido e visível.
O modo de estar dos professores e dos educadores faz toda a diferença na forma como os alunos se envolvem e se encantam pela escola. São, sem dúvida, o professor e o educador que fazem a diferença! São eles os mágicos com o poder de fazer desaparecer as naturais dificuldades de aprendizagem e fazer surgir a alegria e o sucesso individual. Aprender é um constante desequilíbrio que nos permite conhecer mais e mais, mas é penoso!
Também os pais têm um papel importantíssimo neste percurso! É no seio familiar que se constroem os alicerces de educação das crianças. São os pais os principais educadores de valores em que acreditam e querem igualmente passar aos seus filhos. Para educar, assim como para instruir e para ensinar, é fundamental a envolvência das crianças. São elas o destinatário dos nossos esforços e, em simultâneo, o elo mais importante. Sem o envolvimento direto das crianças é difícil ensinar Matemática, educar para o respeito ou instruir para uma arte marcial. A recetividade, a aceitação e a motivação da criança para se envolver no processo de aprendizagem são fundamentais para o sucesso do adulto que com ela trabalha e convive.
O envolvimento e compromisso dos alunos facilitarão todo o processo de aprendizagem, tornando-o mais satisfatório, mais fácil e mais cativante. Sabemos que a aprendizagem é proporcional à motivação: aprendemos de forma muito mais rápida e com melhor qualidade quando nos sentimos motivados e envolvidos!
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens educam-se entre si, mediatizados pelo mundo” (Paulo Freire)
Texto adaptado de: “O segredo para alcançar o sucesso na escola”, Renato Paiva